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29 de março, de 2021 | 13:14

Ernesto Araújo deixa o Ministério das Relações Exteriores

Ernesto Araújo anunciou nesta segunda-feira (29) a sua saída do Ministério das Relações Exteriores em reunião com o secretariado no Itamaraty. A demissão foi uma exigência de Jair Bolsonaro, depois da crise aberta com o Senado no fim de semana.

Defensor de teorias da conspiração e aluno do astrólogo Olavo de Carvalho, Araújo insinuou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO) teria pedido ‘em favor’ da China [no caso da implantação da tecnologia 5G] em reunião no começo do mês.

Sua publicação assanhou as bases bolsonaristas que agora pregam que a China quer ‘dominar ou comprar’ o Brasil. A publicação também gerou reação de senadores do Centrão - e também do presidente da Casa Rodrigo Pacheco - que defenderam Kátia Abreu e subiram o tom contra o ministro que ficou dois anos no cargo. O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tinha se manifestado favorável à saída de Ernesto Araújo. O ministro não resistiu e pediu exoneração pouco antes da hora do almoço desta segunda-feira.



Entenda origem da polêmica

Na semana passada o chanceler acusou a senadora Kátia Abreu, pelo Twitter, de fazer lobby chinês pelo 5G. Araújo afirmou que a senadora teria defendido interesses da China durante um almoço entre os dois. Kátia, por sua vez, rebateu dizendo que o ministro “insiste em viver à margem da boa diplomacia” e “à margem da verdade dos fatos”.

A senadora foi dura em cobrar a demissão do ministro. “O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal”, afirma Kátia Abreu em nota neste domingo (28).

Vários senadores foram às redes para defender a colega e pedir a demissão de Araújo. Entre eles o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), um dos principais partidos do Centrão.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o ex-chanceler Celso Amorim classificou Araújo – representante da corrente do “guru” Olavo de Carvalho no governo Bolsonaro – como uma “unanimidade negativa” no Brasil e no mundo. “É o mínimo de dignidade ele sair. O chanceler está sendo criticado por todos, ele é uma unanimidade negativa”, ironizou.
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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

29 de março, 2021 | 13:55

“Mais um da chamada ala ideológica que atira no pé e acerta no próprio peito. Como este senhor conseguiu entrar no Instituto Rio Branco e se tornar diplomata?! O Brasil não tem explicação.”

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